A evolução da Pressão Construtiva em Portugal (2011-2023)

Pressão Construtiva - 2011/2023

Ao longo da última década, a construção urbana em Portugal passou por transformações significativas, moldadas por fatores como a recuperação económica, políticas urbanísticas e mudanças demográficas. O Instituto Nacional de Estatística (INE) reuniu dados sobre a "Pressão Construtiva" entre 2011 e 2023, destacando variações na densidade de novos licenciamentos e no crescimento das áreas edificadas.

O conceito de Pressão Construtiva

A pressão construtiva refere-se à intensidade do desenvolvimento urbano num determinado território, analisando o número de projetos aprovados, a expansão de áreas construídas e a dinâmica dos municípios em resposta às necessidades habitacionais e comerciais. O estudo do INE identifica variações entre regiões, oferecendo uma visão abrangente sobre como a construção evoluiu ao longo dos anos.

Principais tendências entre 2011 e 2023

Pressão Construtiva 2011-2023Durante este período, os dados mostram uma recuperação progressiva do setor da construção, especialmente após a crise financeira da década passada. Algumas das principais tendências incluem:

  • Recuperação pós-crise (2011-2015): Nos primeiros anos do estudo, verifica-se uma queda significativa na atividade construtiva, resultado da recessão económica que impactou o setor imobiliário e reduziu o número de novas construções. Municípios com maior dependência do turismo e do investimento imobiliário registaram maiores declínios.
  • Expansão urbana e reabilitação (2016-2019): Com a recuperação económica, a construção acelerou, impulsionada por incentivos fiscais à reabilitação de edifícios e pela crescente procura de habitação nas áreas metropolitanas. Lisboa e Porto lideraram este crescimento, mas também cidades secundárias registaram aumentos consideráveis na pressão construtiva.
  • Impactos da pandemia (2020-2021): A crise sanitária trouxe desafios inesperados para o setor. Houve uma desaceleração inicial, mas o mercado rapidamente se adaptou, impulsionado por novas exigências como espaços habitacionais mais amplos e o crescimento de zonas suburbanas.
  • Tendências recentes e futuro (2022-2023): Com a reabertura económica, a construção voltou a crescer, com um foco cada vez maior na sustentabilidade, na eficiência energética e na requalificação urbana. Municípios com políticas de urbanismo progressistas registam um crescimento mais equilibrado, mitigando os efeitos da especulação imobiliária.

Variações regionais

O estudo do INE identifica disparidades significativas entre diferentes regiões do país. Distritos como Lisboa e Porto registaram valores elevados de pressão construtiva, refletindo a elevada procura por habitação e espaços comerciais. Por outro lado, algumas regiões do interior mantiveram índices mais baixos, reforçando o desafio da desertificação populacional e da baixa densidade urbanística.

Conclusão

O período entre 2011 e 2023 evidenciou uma evolução dinâmica na construção em Portugal. Desde os desafios da crise económica até à recuperação e crescimento sustentável, o estudo do INE fornece dados fundamentais para compreender o impacto das políticas urbanísticas e do investimento no setor imobiliário. O futuro da construção em Portugal dependerá de um equilíbrio entre expansão e preservação do tecido urbano, garantindo um desenvolvimento harmonioso das cidades.

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